
Pre Wedding Europa
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De onde eu tirei uma Eurotrip!?
Minha paixão dentro da fotografia sempre foi o street storytelling. Toda vez que sou contratado para cobrir algum destination wedding ou pré wedding fora do Brasil separo alguns dias para fotografar as pessoas e a cidades. Estava fotografando em Cuba quando conheci um casal de brasileiros que perguntou se alguém já tinha me chamado para fotografar a trip completa, voltei para o brasil com essa pergunta na cabeça. Pouco tempo depois um outro casal em uma reunião no estúdio fez a mesma pergunta, a resposta foi a mesma: não sei se dá certo isso!
Pensei bom por que não tentar? Dei uma olhada na agenda e vi que em Agosto a agenda estaria mais tranquila e poderia passar um tempo viajando, até ai blz qual casal seria minha cobaia, e para onde iriamos? Foi aí que chamei meu amigo de infância André (Away) e a sua esposa (Drika) que moram em Munique.

Essa fotografia representa bem meus momentos de "folga" nos pré weddings pelo mundo. Sempre ando com a câmera na mão retratando as ruas.
- Away to afim de colar ai para fotografar vcs 2, topa?
- Sorvete (sim, esse é o meu apelido rs) vou tirar férias, bora pegar um motorhome e dar um rolê?
E foi assim que nasceu a ideia da Eurotrip, e nesse post vou contar um pouco de como foi e no final terá minha conclusão se é possível fazer um ensaio desse com um casal desconhecido.

Away drika...leitor...leitor...Away Drika. Pronto agora vcs estão apresentados rs. Resumindo a história: Eu e o Away somos amigos desde a época da escola, em uma viagem que fizemos ele ficou apaixonado pela Drika, então, pediu para que eu fosse lá falar com ela, esse meu xaveco ai rendeu um relacionamento de uns 15 anos. Depois a Drika fez o papel de xavequeira e me apresentou minha ex esposa, ou seja, somos amigos pra p@rr@!
Dia 1 - Chegando na Europa
Desci em Munique só deixei a mala no apartamento e já fomos dar um rolê pela cidade, a programação era: Passar o dia na cidade e logo pela manhã partir rumo a itália para uma festa de uns amigos deles.

Rolê sempre com a camera na mão

O time da casa

A diversão dos muniquenses no verão é ir passar o final da tarde nos parques

Rolava um protesto no centro

Uma poesia fotografica sobre a solidão para fechar o primeiro dia
Dia 2 - Italianos não gostam de tatuagens
Partimos logo pela manhã em direção a região de Vêneto parte norte da Itália, um amigo do Away iria fazer um “churrasco” e passaríamos a noite por lá. No caminho não era dificil de encontrar castelinhos, tipo o que temos em São Paulo o da Pamonha, sabe? mas de verdade rs. O visu da estrada é nesse nipe ai:


Confesso que não vou muito com a cara de Italianos, já havia visitado o sul e toda vez que falava isso pra alguem que conhecia o país o papo era sempre o mesmo: no norte as pessoas são mais legais e educadas. Como era minha primeira vez pelo norte, pensei: agora vou ser bem tratado.
Churrasco né? então, coloquei meu uniforme oficial para tal festividade: Regata, bermuda e chinelo. Na boa, não da pra brincar com os caras, cheguei la todos de: camisa social, bermudinha e sapatinhos. Eu desci do carro parecia um marciano no role, todos olharam pra mim e o tiozão da churrasqueira nem oi me deu, chegou logo com um pano de prato e começou a esfregar o meu braco pra "arrancar" a minha tatuagem. Bom, eu não ajudo também né? Meu braço esquerdo é fechado com um cenário da Segunda Guerra Mundial, uns aviões Brasileiros bombardeando uma cidade, provavelmente algum facista parente desse tio morreu na guerra rs.
Tirando isso e todos os caras me olhando feio o tempo todo, tinha o casal dono do sítio que foi um amorzinho. A sra lembra muito as mães e avós brasileiras sempre preocupadas se estamos bem e se comemos S2
Se a minha imagem dos italianos mudou quando conheci o norte ? Não, realmente o pessoal do norte é menos mau educado sim, mas, ainda continuo gostando só do Roberto Baggio.

Esse era o churrasco 8(

Esse é o dono do sitio, fiz esse retrato enquanto ele me explicava todo o processo de produção de seus vinhos.

Esse sorriso é bem familiar pra quem tem vó italiana.

Detalhe da arquitetura do sítio
Dia 3 - Veneza, o pesadelo dos namorados
Pegamos as marmitinhas e partimos em direção a Veneza, onde percebi que essa a ideia de fotografar uma trip inteira não seria como eu planejei.

A Drika curtindo o Visu.

Lembra das marmitas? rs
Ainnnnn Eric que foto nada a ver, filh@, isso é história!

Para chegar em Veneza deixamos o carro na rua e pegamos trem e um barquinho.

Detalhes enriquecem a história.

Aquele carinho que vc não sabe se é carinho ou vontade de bater na cara da pessoa e encher de beijinho depois hauhuahuahu.

Pensei que só a X23 segurava a mão assim.
Uma trip é completamente diferente de um pré wedding, e só descobri isso em Veneza. O ensaio é todo planejado ( até a fase da lua é importante) na trip não. A viagem acontece e todos vão se adaptando.
- Ah mas eu me programo todo para viajar, faço planilhas e mais planilhas, desculpa, mas você é chatão rs.
Pra mim as melhores férias são as que não programo, vivemos sobre a tirania das planilhas/horários o ano todo, tô de férias, apenas deixo as coisas acontecerem. Pergunta para os namorados das blogueiras se eles gostam de tirar 650 fotos da patroa para alimentar o insta, ou melhor, pergunta ai pro seu se ele gosta . A diferença é que elas estão lá para isso, trocam likes por diárias e jantares. Já nos pobres mortais pagamos por isso, então borá aproveitar. Foi ai que eu mudei de ideia, nada de poses ou fotos pensadas.... vamos curtir o role e eu conto a história de como foi.

Ui blogueira

Foi surreal o que eu vi por lá, mulheres com mala de viagem cheio de looks fazendo fila para tirar foto nos melhores spots, e os namorados fazendo o seu papel de carregador de malas/fotógrafo.

Vai lá, acha um spot limpo que eu quero ver.

Até tentei criar poses

Meu amor por sombras.
E claro que vc quer ver as fotos classicas de Veneza né? Foi mal, mas não vai rolar. Quando fotografo tento ao máximo fugir dos clichês seja em casamentos, retratos ou ruas. Em veneza pensei em passar um pouco das cores da arquitetura e os costumes do seus moradores.









Dia 4 - Ranço
Para nós brasileiros fazer compras em outro país é algo surreal, aqui em 4 horas de estrada não saímos nem do estado de SP. Para eles é algo normal sair da Alemanha e ir nos mercados italianos pois lá os produtos são bem mais baratos. Saímos de Veneza no final da tarde e fomos para a cidade onde Away tem um apartamento, não me lembro o nome da cidade mas era minúscula e cercada por montanhas cheias de neve, bem bonito! Chegamos podres de cansados, mas o Away insistia para que nós jantassemos na única pizzaria da cidade, “Sorvete vc tem que comer a pizza de Grana Padano dos caras”, meu, ainda bem que o sono não venceu e fomos jantar lá, que pizza!!! foi o melhor rango de toda a trip.
Acordamos e fomos as compras para o motorhome:

Caçando as "offerta"

Todo bom mochileiro sabe que as feiras e mercadões sãos um dos melhores lugares para conhecer a cultura local

Tirando o EUA qualquer outro lugar do mundo tem camisa da seleção pirata rs.

Quadro "ô bicho feio" a venda no centro da cidade.
Agora sim começou o rolê de verdade, saímos da Itália e fomos buscar o motorhome. O Away fez o aluguel através da internet e fomos lá busca lo em uma cidadezinha no interior de Áustria, perto de Viena (tudo é perto de Viena). Deixamos o carro estacionado na casa do dono do Ranço e partimos rumo a capital.

O nome do motorhome é Hansi, mas, para os intimos: Ranço.

o Ranço nada mais é do que uma Sprinter adaptada.

Drika felizona vendo o away se matar para virar o volante que era mais duro que o de um caminhão rs.
Primeiro problema: descobrimos que o Ranço não poderia ficar estacionado no centro das cidades, então, sempre procurávamos um lugar perto de estações de trem ou metrô. Paramos em uma ruazinha e pegamos trem e metrô para chegarmos no centro de Viena.

É tipo um hotel no meio da rua.

Esse "problema" de não poder entrar na cidade com o ranço aconteceu em todas as cidades.

O metrô foi o meio de transporte mais usado do role.

E esses roles nas estações renderam altas fotos

Interior da Catedral Votivkirche

mistura étnicas


Silhuta em frente a prefeitura

Primeiro jantar no ranço, a maioria dos jantares foram assim com queijos e embutidos.

Nossos vizinhos.
Dia 5 - Viena uma cidade que vive a arte.
Amanhecemos pela primeira vez na rua, era impossível dormir até tarde dentro do Ranço lá pelas 8 da manhã ele virava um forno. É meio doido vc tomar café e a galera passando ali do lado.


Esse muvuca era a minha cama.

A pia

As tias passeando com o dog e a drika só contabilizando as contas.
Esse foi o resumo fotográfico do dia:







Dia 6 - Passando pela Eslovênia.
Antes de ir para Hungria passamos pela capital da Eslovênia, Liubliana. Cara, parecia que eu estava dentro do Age of empires (pra quem não conhece é um jogo de guerra medieval), demos um rolê pelo centro da cidade e paramos para tomar Sorvete ( tenho que tomar sorvete em todas as cidades que eu visito, cada um com a sua mania rs), o que tem na Cidade? porra nenhuma, então, peguei o dia de folga de fotos, rendeu alguma na rua.





O mais da hora veio a noite fomos pra Budapeste e estacionamos o ranço embaixo de uma ponte, deixei eles lá namorando e fui dar um role, não tinha nada por perto só um posto de gasolina onde ninguém falava inglês, fiquei por lá mesmo e aproveitei pra usar o troninho, mano porque você precisa contar isso? Porque, quando na minha vida eu iria imaginar que estaria em um posto na Hungria fazendo o numero 2 e o cara do lado fazendo o mesmo só que cantando em húngaro, eu ria sozinho, e esse sempre vai ser o grande barato de conhecer o mundo, viver coisas simples que jamais imaginei.






Dia 7 - Buda e Pest.
Continuamos com o ranço estacionado embaixo da ponte, e novamente pegamos o busão rumo a Peste. Foi um role mais sussa a 2 por hr, passamos no mercado municipal que tem uma arquitetura animal, aliás, os mercados municipais são todos fotogênicos em qualquer lugar do mundo, pra mim é o melhor jeito de conhecer a cultura local. Saímos de Peste e cruzamos a ponte para Buda a pé, parece que entramos em um portal. Peste é uma cidade grande como qualquer outra, Buda parece uma cidadezinha de filme com castelo e igrejas. Falando em igreja olha lá o que eu trombo, um casamento. Mano! eu nunca vi em lugar nenhum do mundo a assessora usar um megafone para organizar, nos EUA elas usam um microfoninho e nos 2 países elas só coordenam as coisas, ajudando a sinergia dos fornecedores, que bom seria se fosse assim por aqui né?






Sabadão, uma noite de verão animal, o Away solta: Sorvete vamos beber hoje e eu: bora!. Um dos rolês em Budapeste eh colar nos bares na margem do Danúbio. Antes de irmos, paramos em uma sorveteria famosa que monta o sorvete na casca em forma de flor, e sentamos para tomá-lo na escadaria da igreja. Porque estou contando essa parte, MANO! eu nunca vi uma mina tão apaixonada na minha vida (essa aí da foto) eu não faço a menor ideia do que o cara estava falando, era quase um monólogo, e a mina so olhava e sorria apaixonada, eu trabalho com casamento a minha vida toda e nunca tinha visto um olhar tão bonito, click.


Blz, essa foi a parte #fofa do rolê, então fomos para o bar, peguei um copo de vodka com energético deixei os 2 namorando ali no bar e me sentei a beira do “mar”. Fiz essas fotos do rio e da ponte em baixa velocidade, acabou o copo, não bateu, foi aí que o Away teve a brilhante ideia de passar no mercado e comprar uma garrafa e mais alguns energéticos. Retratei esse momento com a foto fora de foco… depois disso a Drika fez o favor de me fotografar registrar os melhores momentos, inclusive eu apagado voltando de busão pro ranço. Saldo da noite: 2 fotos selecionadas para exposições e 2 garrafas de vinho roubadas de uns moleques que estavam moscando com as garrafas por ali. E pra finalizar eu quase arrumei uma treta, mas disso ai nao teve foto.




Dia 8 - Ressaca né minha filha.
Sem muitas condições de pegar a estrada, resolvemos pegar mais um dia em Budapeste. . Voltamos pro ranço mais cedo pois a viagem do outro dia seria mais longa, próxima parada Croácia.


De Budapeste para Zagreb são 345km, em distância é quase a mesma de São Paulo para Bauru, perto né? não de Ranço, mano do céu que role do kct!. Ou seja passamos praticamente o dia na estrada. Esse post vou falar mais sobre como é o role de Motorhome, e porque eu nunca faria um trabalho desse se não fosse com amigos.Na segunda foto eu mostro como é apertadinho a vida em um motorhome, o armário ali no meio era a dispensa, no canto inferior esquerdo a minha cama ( lógico que eu não cabia nela) e a direita a pia e a geladeira que funcionava a gás, como uma geladeira funciona a gás, sei lá, só sei que foi assim.





Nosso objetivo na Croácia era ir no parque nacional dos lagos, o Plitvice, antes passamos a noite em Zagreb.




Dia 9 - Tiro porrada e bomba
Seguindo para o parque passamos por uma cidade que foi palco da guerra com a Sérvia, malandro eu nunca vi tanto buraco de bala na minha vida, tipo, a tia indo na padoca comprar um pão e essa padoca cheia de buracos, a casa da tia tem buraco e o mais legal, tem um museu contando a história da treta na esquina da casa das tias. Meu, tinha um MIG sérvio todo destruído, tanques, nunca na minha vida eu pensei em ver um MIG destruído.


Enfim chegamos no parque:




Ficamos o dia inteiro andando no parque estávamos mortos precisando dormir em algum lugar. Tenho certeza que você deve ter pensado: Andaram o dia todo no sol, esses porquinhos nao tomam banho? Sim, tínhamos chuveiro no Ranço e vcs não sabem como era legal tomar banho em movimento na estrada, me sentia no filme Twister rs. Encontramos um camping no meio do nada, tipo cena de filme de terror, mas como era na faixa resolvemos ficar por lá mesmo. Já era tarde o camping todo estava dormindo e só um casal em uma kombi acordado. Eu estava do lado de fora, foi então, que a mina veio com um resto de vinho em uma garrafa perguntando se eu tinha uma cerveja pra trocar. Nisso a mina ficou lá trocando ideia e logo depois colou o cara, e depois o away e a drika, ficamos trocando ideia mou tempo, eles estavam chapados, então era uma mistura de francês, inglês e português que deu certo no final. Assim que eles voltaram pra Kombi o away teve a ideia de atravessar a estrada e ficar sentado vendo as estrelas de um pasto que tinha em frente ao camping. Quando nós éramos moleques 90% das ideias do away davam merda, dessa vez ele acertou!



Foi o céu mais foda que eu já vi na minha vida, dava pra ver os satélites (que eu torcia para ser discos voadores) orbitando a terra. Nós começamos a escutar uns barulhos parecidos com fogos de artifício, eram cometas explodindo entrando em órbita, no outro dia deu nos jornais que foi o dia com mais entradas de cometas na terra em sei lá quantos anos.




Dia 10 - Voltando pra casa
Chegamos a reta final do rolê, a primeira foto é o detalhe da coleira da Bull terrier do casal francês do último posto. Qual a chance de encontrar na Croácia um dog com nome Bahia? Ela explicou pra nós que tinha visitado o Brasil e amou, então, colocou o nome do Dog, ainda bem que ela não veio pra Paranapiacaba hauahauau.

Antes de voltar pra casa vamos passar na Eslovênia:









E aí, esse tipo de "ensaio" funcionaria com um casal que não fosse meus amigos!?
Tudo depende do briefing, se o casal quiser as minhas fotografias tradicionais de pré wedding, com a luz e posse perfeita, sem dúvida nenhuma a resposta é não, pois, ninguém aguenta posar mais de que 2 ou 3 dias. Mas se a ideia for documentar o role sem se preocupar com as fotos, rola sim, mas o ideal é que cada um tenha o seu quarto, role igual a esse em motorhome é bem complicado.